
tumores de hipófise
O que é acromegalia?
Acromegalia é uma condição hormonal rara e crônica que ocorre devido à produção excessiva do hormônio do crescimento (GH) pela glândula pituitária, geralmente causada por um tumor benigno na hipófise chamado adenoma hipofisário.
Como a acromegalia afeta o corpo?
O excesso de GH leva ao aumento do crescimento de tecidos e órgãos, resultando em características físicas distintas e problemas de saúde:
1. **Características Físicas:**
- Aumento das mãos e pés (pode ser percebido por mudanças no tamanho de anéis e sapatos).
- Aumento do queixo, nariz e lábios.
- Espessamento da pele, especialmente nas mãos e pés.
- Alargamento dos espaços entre os dentes.
- Mudanças na voz devido ao aumento das cordas vocais.
2. **Problemas de Saúde:**
- Dores articulares e artrite devido ao crescimento ósseo anormal.
- Problemas cardíacos, como hipertensão arterial e cardiomegalia.
- Distúrbios respiratórios, como apneia do sono.
- Aumento do risco de diabetes e resistência à insulina.
- Alterações na pele e aumento do risco de pólipos intestinais.
Como é diagnosticada?
O diagnóstico de acromegalia geralmente envolve:
- Exames de Sangue:
Para medir os níveis de GH e IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina 1).
- Exames de Imagem:
Ressonância magnética (RM) para localizar o tumor na hipófise.
Qual é o tratamento para acromegalia?
O tratamento depende do tamanho do tumor, gravidade dos sintomas e idade do paciente:
1. Cirurgia: Remoção do tumor através de cirurgia transesfenoidal (através do nariz) é frequentemente a primeira escolha se o tumor for acessível.
2. Radioterapia: Pode ser usada para diminuir o tamanho do tumor ou destruir células tumorais remanescentes após a cirurgia.
3. Medicamentos: Inibidores da secreção de GH ou receptores de GH são usados para controlar os níveis hormonais.
4. Terapia Combinada: Às vezes, é necessário combinar cirurgia, radioterapia e medicamentos para controlar eficazmente os sintomas.
O que esperar após o tratamento?
Após o tratamento inicial, é importante monitorar regularmente os níveis de GH e IGF-1, bem como os sintomas, para ajustar o tratamento conforme necessário e prevenir complicações a longo prazo. Com tratamento adequado, muitos pacientes podem levar uma vida normal e controlar os sintomas da acromegalia.
Conclusão
Acromegalia é uma condição complexa que requer diagnóstico precoce e tratamento adequado para minimizar complicações e melhorar a qualidade de vida. Se você suspeita ou foi diagnosticado com acromegalia, consulte um endocrinologista ou especialista em doenças hormonais para orientações específicas e acompanhamento médico contínuo.
A glândula hipofise, é uma pequena glândula localizada no centro do nosso cranio, que pode ser considerada o grande maestro do nosso sistema hormonal por produzir hormônios que permitem o funcionamento de outras glândulas no corpo.
acromegalia
Casos complexos:
Tumores funcionantes, em especial produtores de GH (tumores que causam acromegalia tendem a invadir a parede medial do seio cavernoso, sendo este um dos principais fatores prognosticos e causa de falha de cura bioquímica nas cirurgias destes tumores.
Trazemos para o Brasil a técnica de ressecção da parede medial do seio cavernoso que foi descrita recentemente e aumenta exponencialmente as chances de cura após a cirurgia.
Abaixo podemos ver uma ilustração sobre o procedimento em nosso artigo que foi recentemente publicado com o grupo de cirurgia da base do crânio da Cleveland Clinic.
(A–C) Ilustração esquemática de uma perspectiva coronal demonstrando um macroadenoma hipofisário invadindo o compartimento superior do seio cavernoso, classificado como Knosp 3A (A), o compartimento inferior ou Knosp 3B (B) e invasão completa envolvendo a artéria carótida interna (ACI), que é Knosp 4 (C). (D) Vista endoscópica de 45° de uma dissecação anatômica do compartimento superior do seio cavernoso direito (SC). A artéria hipofisária inferior (IHA; seta branca), o processo clinoide posterior (seta preta) e o ligamento interclinoide (seta vermelha) podem ser vistos. (E) Vista endoscópica de 30° do compartimento anterior do SC direito. Após a transecção do anel dural proximal, a ACI pode ser mobilizada, expondo os nervos cranianos que correm na parede lateral do SC. O tronco meningo-hipofisário (seta vermelha) pode ser visto ramificando-se da ACI cavernosa e é a origem da IHA. Sua proximidade com o CN VI (seta preta) pode ser observada. (F) Vista endoscópica de uma dissecação anatômica da parede medial do seio cavernoso esquerdo (WMSC). Após a abertura da parede anterior do SC e a lateralização da ACI, a parede medial pode ser isolada. (G) Sequência coronal CISS de um tumor hipofisário. A alta resolução dessa sequência de RM nos permite ver a invasão do SC no lado direito, mas a ausência de invasão no lado esquerdo. Neste paciente com gigantismo, a WMSC foi ressecada. (H) Uma dissecação anatômica endoscópica demonstrando a abertura da parede anterior do SC e a exposição dos ligamentos parasselares. A parede anterior do SC consiste em uma única camada dural, enquanto a dura anterior à sela é de camada dupla. (I) Vista endoscópica intraoperatória da WMSC. Após a ressecção do tumor dentro da sela, foi feita uma abertura na parede anterior do SC. A IHA foi cauterizada e cortada e os ligamentos parasselares foram incisados para dissecar a parede livre de suas aderências antes de sua ressecção.